sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Bienal

Sem muitas críticas profundas,
sem muitos olhares negros profundos.
dei um oi para Bienal, conversei com ela superficialmente,
ás vezes assim a gente consegue até ter uma visão que, no mínimo, questiona.
descobri como a ambientação é tudo em uma exposição.
as obras são totalmente sensíveis ao ambiente, influenciáveis por inteiro.

Um labirinto, para começar. Emocionante né?
cheio de paredes, ás vezes me sentia em um série de estandes.
aí foi meu cutuque. Bienal cheia, isso é bom. Mas parecia uma galeria de arte convencional,
cheia de fotos na parede como de costume.
o mais engraçado é que vi poucas obras eletrônicas. Não julgo isto ruim,
acho que pode sugerir um questionamento sobre a arte eletrônica.

Obras políticas. Não tenho muito o que dizer, pois não averiguei tão bem o sentido. Mas pelo meu ver superficial, o "estande" da "Dilma" me transferiu algo muito interessante, algo do tipo "nós sabemos que no fundo queremos nos arriscar para algo que nos parece diferente". A ideologia. Claro que obra política não se refere apenas a isso, mas foi a que mais chamou a atenção na passagem pela Bienal.

A "casa" de retalhos de madeira, uma pintura 3D, conceito básico de Henrique Oliveira. Obra que transferiu o questionamento das moradias, de todos os gêneros, sejam manções, sejam barracos. Sempre algo irônico vejo. Algo que cutuca. E cutucar é importante, mas não um simples cutuque, porque se formos ver, cutucar é algo bem fácil. Por isso, precisa ser um cutuque inteligente.

Os pichadores. O vídeo da invasão, eu vi uma tela pelo menos do lado dos sanitários ou algo do gênero. Quero dizer que o vi num canto, onde não se dava ênfase, ou centralização, não chamava nem um pouco atenção. Uma tela de 60 polegadas (chute total) e um vídeo. Podia ser tão mais cutucadora esta ideia...

Agora, chega de meter o pau, mas achei muito bom trazer obras de grande importância para o meio, como de Hélio Oiticica. Acredito que pensar no público frequentador e pensar que obras poderiam ser expostas pensando nos frequentadores é de grande importância. Como sempre, foi o que me transferiu.

Os urubus. Que polêmica. Assim como a obra que ninguém comentou, a obra do bicho empalhado do consagrado artista Nelson Leirner. Para mim animal empalhado é muito mais polêmico que um animal vivo e que está sendo bem alimentado (segundo a própria Bienal, comendo carne importada e bebendo água Perrier). É isso mesmo, não curto o gênero Nelson Leirner. Não mesmo. O artista como manipulador da vida. Não. Não neste sentido. O mais engraçado é que a obra polêmica de Nuno Ramos gerou uma frase de uma ativista, que foi contra deste: "Por que não colocam um animal empalhado aí?".

Muitas obras pra falar mas foram estas que cruzaram minha rápida passagem pela Bienal, a qual pretendo voltar para averiguar as milhões de obras que estão lá.

Falei falei e só critiquei, meti o pau. Confesso. Mas também saí de lá feliz, com a mente mais produtiva que vazia. Mas também o que eu mais aprendi nesta história é a importância da ambientação. Talvez para um público que poderá frequentar a Bienal que podem nunca ter frequentado uma galeria, poderá ser de grande valia, isso eu tenho certeza. Então, que seja assim. Para o público que se deve atingir, que são aqueles que querem ver, experimentar arte pelo menos uma vez a cada 2 anos.






Nenhum comentário: