segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Michael Lowy*: a relação mútua entre poesia, arte e vida.

"O que o romantismo tem, efetivamente, é essa idéia do indivíduo singular, do indivíduo único, dessa originalidade singular do criador, do indivíduo enquanto criador, com efeito."

"Isso faz parte do romantismo, no sentido de que o romântico se sente alienado dentro da sociedade moderna..."

"...por outro lado, ele (o romantismo) levanta com muita força a questão da comunidade, dos laços comunitários, da comunidade orgânica, do indivíduo que pertence a um grupo, de amigos..."

"Essa ênfase na comunidade é contra a sociedade atual, moderna, anônima, em que os indivíduos valem por si próprios. O romântico descreve uma rua moderna em que os indivíduos andam e não se comunicam entre si, atuam como uma multidão anônima, como um pesadelo."

"...a questão do direito de propriedade um pouco se dilui nessas comunidades..."

"Eles só encontram autencidade nessas formas, vão se inspirar nelas, mas obviamente não no sentido de tentar reproduzí-las, de voltar para trás, mas de usá-las como ponto de partida para inventar uma coisa nova."

"Essa fascinação pelo arcaico, pelo pré-moderno, vem da idéia de que o pré-moderno continha uma autencidade que o moderno, ao transformar sua arte em mercadoria, perde."

"...Movimento Anti-Utilitário das Ciências Sociais...para pensar uma economia, uma sociedade, uma cultura utópica, digamos, baseada nesse tipo de relação, nas dádivas, nas relações não-utilitárias...romantismo utópico...gratuidade e intercâmbio..."

"...românticos que dizem ao contrário, que tudo é declínio, decadência."

socialismo.

*trechos da entrevista realizada pelo livro de poesia Azougue

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